Avançar para o conteúdo principal

"Pobre é mesmo assim..."



Por entre estes dias ando com o meu pensamento no velhinho "Sai de Baixo" da Rede Globo. Só saem expressões do tipo Caco Antibes.
As pessoas estranham, olham de esquina, devem pensar que eu me acho multimilionário ou coisa que o valha. Quero descansar corações e apresentar a minha mui cómica influência.
Na actualidade passa na Sic, aos Sábados à noite, outra série, também da autoria de Miguel Falabella, intitulada "Toma Lá, Dá Cá" (muito mais fraquinha que "Sai de Baixo", mas também engraçada).

Gosto deste humor parvo, deste génio ligeiro de fazer humor. Gosto, também, do humor rebuscado e inteligente. Têm objectivos diferentes e maneiras distintas de abordar as questões. O primeiro, goza com a sociedade em geral (desde os manientos aos mais limitados), conseguindo ser percebido por todos, porque todos já viram ou ouviram pessoas assim. O outro, toca assuntos contemporâneos da sociedade, satirizando-a de forma mais astuciosa e briosa, mais culta e altiva, exigindo um nível cultural específico (com a necessidade intrínseca de ler e/ou ver as notícias).

As personagens-tipo, das comédias de trejeito americano, fazem-me recordar a grande escrita portuguesa e a subtileza de certos autores. A ironia e o gozo estão sempre lá.

"Os Contemporâneos", "Gato Fedorento", "Vip Manicure", "Tele Rural" e tantos outros que, na rádio e televisão, animam o humor e as gentes portuguesas. Já não somos o país do humor fácil, que não exigia qualquer esforço de realização quer dos espectadores, quer do próprio humorista.

Por cá, estuda-se e tem-se pouco tempo para grandes textos. Do "pouco" sobra sempre algum para sorrir.
Sorrir é das poucas coisas boas que ainda podemos fazer sem pagar.
Sorrir causa rugas. Rugas que não entristecem, porque são a prova que conseguimos, um dia, ser felizes.

Boas gargalhadas,
Luís Gonçalves Ferreira

Comentários

  1. Sai de Baixo é qualquer coisa!

    Ultimamente os meus ataques de riso têm ficado em por parte incerta :S

    Não estou a gostar muito disso, mas eles vão voltar que eu sei!

    Tenho que aprender a gerir melhor o meu tempo, para poder dispensar uns minutinhos para o Humor!


    Beijinho

    ResponderEliminar
  2. Adorava o "Cabeção".
    Era super-fã dessa série.
    Que não me fazia sorrir, mas gargalhar. Aprendi a gargalhar muito tarde, há cerca de 10 anos, creio. Hoje gargalho muito e todas as rugas que tenho (na boca, sobretudo) são de rir. Ostento-as orgulhosamente.
    ;)
    Beijo

    ResponderEliminar
  3. Obrigado pela viagem!!! Não é que descobri que vi todos e cada um destes episódios??!! :) Que boas lembranças!!!

    Abraço

    ResponderEliminar
  4. Uii..pergunta a minha prima Nokes aqui ha uns anos qd voltamos a falar e fomos com as nossas mães ao bragaparque as compras.. fizemos questão de levarmos nos os sacos todos na mão e dizíamos: "TENHO HORROR A POBRE!!" ahahaha td na brincadeira claro.
    Eu lembro-me bem das noites em que me punha a frente da tv à espera que isto começasse adorava a Magda era tão "inocente" lol cheguei a ter um mail com as frases que ela mais dizia era cada bacorada loool

    ResponderEliminar

Enviar um comentário

Vá comenta! Sem medo. Sem receio. Com pré-conceitos, sal e pimenta!

Mensagens populares deste blogue

Repondo a verdade

Depois de inúmeras tentativas (que agradeço), passo a devolver o dente ao leão, a identificar aquilo que é verdade ou mentira: 1. Adoro manteiga de amendoim Verdade. Quem convive comigo (ou quem me ouve falar) sabe desta paixão. Em pequeno ia para a casa da minha tia e comia pacotes dela. Hoje, depois do sofrimento para emagrecer, contenho-me no consumo. Mas a paixão existe, ai se existe... 2. Compro todas as edições da “Super Interessante” Verdade. Compro-as todas (pelo menos de há dois anos para cá) sem falhar um número. Fascina-me a forma despreocupada, límpida e inteligente que pautam os artigos da revista. 3. Já apareci no programa da Fátima Lopes vestido de anjinho Verdade. A minha mãe foi ao programa SIC 10 Horas demonstrar ao país o seu ofício (vestir anjinhos) e eu, filho devoto e cumpridor, pousei como Jesus Cristo (com cabeleira e tudo). Vergonha. Foi o que me restou do acontecimento. :) 4. Leio a Bíblia constantemente e o meu Evangelho favorito é o de Mateus ...

Aceitação do Prémio Lusitania História – História de Portugal Academia Portuguesa da História

Senhora Presidente da Academia Portuguesa da História, Professora Doutora Manuela Mendonça,  Senhores Membros do Conselho Académico, Senhoras e Senhores Académicos,  Senhor Dr. António Carlos Carvalho, representante da Lusitania Seguros, S.A., Ilustres Doadores,  Senhoras e Senhores,  Vestidos de Caridade, Vestidos de Fé, Vestidos de Serviço, Vestidos de Pátria.  São vários os nomes que podem ter os vestidos que, ao longo da História, foram oferecidos de ricos para os pobres, dos homens e mulheres para os deuses, dos senhores para os seus criados e criadas, de um país ou reino para o seu povo, do ser que não se é para o que se quer ser. Em todos eles há pedido, necessidade, dádiva, hierarquia e crepúsculo. A minha avó Júlia, costureira de ofício e filha de um armador de caixões, fez durante décadas roupas de “anjinho” que alugava nas festas e romarias do Minho. Miguel Torga, num de “Os Contos da Montanha”, referiu que nem o Coelho nem outro qualquer da aldeia o ...

Carta IV

Avó, como estás? Noutro dia, como sempre, fui ver-te ao local onde está a tua fotografia e umas frases iguais a tantas outras. Eram vermelhas, as tuas flores. Estava tudo bonito e arrumado. A tua nova casa, como sempre, estava tão fria. O dia está sempre frio quando te vou visitar lá, já reparaste? Espero que no céu seja tudo mais ameno e menos chuvoso. Tu merecias viver mais tempo, porque eras calma, serena e um porto seguro. Queria voltar a ser menino e ter-te novamente e dar-te tudo o que merecias de mim. Era muito pequeno para perceber como merecias mais carinho... Tenho saudades tuas, avó. Do teu colo. Do teu carinho. Da tua protecção e de quando ias comigo passear, à terça-feira. Fomos dois companheiros muito fortes, não fomos? Deixaste-me de responder... Não te oiço. Mas sinto-te. Sinto muito a tua falta, onde quer que estejas.  Tenho muitas saudades tuas. Muitas mesmo.  Até logo, nos sonhos, avó. É só lá que me consigo encontrar contigo e abraçar-te docemente. Luís...