Chama-se Mafalda, mas podia ser perfeitamente outro nome qualquer. Lógico será que viverá e será sempre Mafalda, porque se vai convencer disso ao ser chamada assim a vida toda. A vida toda: o nome tem essa dimensão temporal; uma espécie de companhia e amor para a vida toda. Mas, ao escrever este texto sobre como é ser tio a segunda vez, queria dizer à Mafalda que ela é, antes de ser o nome que tem, a espera e a ansiedade carinhosa da minha irmã Júlia e do pai, o Xavier. Vi-os, durante a expectativa que foram os nove meses de chegada, preocupados em construir o sítio que a receberá amanhã, quando chegar ao lar que conhecerá esta nova dimensão, claramente mais ampla e grandiosa, e sobre o qual já escrevi. Escrevi sobre a Mafalda mesmo antes de pegar nela ao colo; mesmo antes de ver que o vi hoje. Escrevi sobre a Mafalda escrevendo sobre o amor que a gerou, esperou e, agora, recebe; chamou-se Pretérito mais que perfeito. A Mafalda é por isso amor, antes de outro nome qualquer; mas...