Todos morrem. Olha em teu redor e reflecte sobre a fatalidade de tudo o que te rodeia. As flores murcharão e morrerão. A mãe, o pai, os irmãos, os avós, os tios, os vizinhos, os amigos, o cão, gato e pintainho, morrerão também. Todos. Tudo morrerá. Quando mais não seja na data do teu próprio colapso físico. A partir daí só existirão recordações. Quiçá sentidas por meia dúzia de pessoas. Provavelmente, o corpo é feito para ser esquecido (os cemitérios e as fotografias surgem para contrariar), o nome (e os feitos e os feitios, os gestos) para ser memorizado (ascendências e descendências, genealogias, cemitérios novamente). E quando há pseudo corpo e nada de mágico a recordar? Cadê o abraço e o beijo, que nem a foto, nem o livro, nem o cemitério dão? A finitude das coisas é dura, mas é real. E quando não fores mais capaz de ver as flores, ouvir a expressão dos bichos, sentir o carinho da mãe, ouvir o ralhete do pai, conversar com o irmão, sair com os amigos? Acharás que uma vida medíocre...