Há gente que se esconde: Uns fecham-se em casa. Outros inventam vidas na escrita. Uns terceiros existem que se fingem por sentimentos, como se os outros fossem cegos e não sentissem também. Tudo gente decente, à partida. Quando mais não seja pela capacidade de se ocultarem primeiramente perante si, depois sobre os outros, por inerência própria da mentira a que se sujeitam indignamente. Necessidade de sobrevivência, provavelmente. Não os censuro, porque defendo a auto-defesa, primariamente, para nosso proveito. A estabilidade, por mínima que seja, faz-nos falta, pois vivemos em constante possibilidade de penetração externa. Existe, contudo, aí uma raça de gente que não consigo perceber. Ocultam-se. Escondem-se. Tudo como os outros fazem. O seu principal constrangimento reside no valor e coesão das suas opiniões públicas. Emitem, à boca cheia, mas sem rosto, pontos de vista, muitos deles difamatórios, mas protegidos pela capa do anonimato. Lógico que estamos numa sociedade que (ainda) re...