A classe política - seja isso o que for - queixa-se da abstenção, mas devia lamentar a campanha vergonhosa que proporcionou aos portugueses. Nunca se discutiu sobre a Europa; falou-se sobre os umbigos egocêntricos dos caciques do costume. Uma Direita à deriva e uma Esquerda presa nas suas demagogias e divisões. Para que os portugueses percebam a União Europeia, é necessário que quem dela faz profissão demonstre que domina os dossiês das instituições que efetivamente decidem legislando sobre as nossas vidas. Existe de algo de muito errado nisto tudo e uma participação de 30% é um muito que não é democracia. Os políticos não são geração espontânea e esta mediocridade equivale à forma mediana como, individualmente e em comunidade, vemos a cidadania. Uma das formas de tirania é a ausência de limites; nos grandes e nos pequenos púlpitos. Não falar é não querer saber e é deixar, vazio, o contrato que nos governa. 26 de maio de 2019 Luís Gonçalves Ferreira